quinta-feira, 16 de junho de 2011

desabafo...


Entorpece

Agora que anoitece e que a noite me entorpece me resta a minha imensa e infinita solidão
Sem saber exatamente o que fazer ou para onde ir
Tenho tantas possibilidades dentro do meu quadrado amarelo encardido que nem sei
(exatamente por onde começar)*
Prefiro extravasar até esvaziar pela noite adentro
Até encontrar um momento em que em meio a tanto emaranhado de sentimento
Eu encontre o caminho do inconsciente (ou do subconsciente)*
Pouco importa, o que realmente interessa é ficar aparentemente dormente, sem saber o que exatamente é gente, sem saber a realidade do que se sente

Momentos soltos em imensas prisões; é assim que me vejo agora
Livre para me soltar em breves momentos de pressão
Em momentos produtivos em meio ao caos e a confusão

Horas de silêncio noturno
De madrugadas adentro
De noites ditas como não dormidas
Mas encaradas como diversamente produtivas independentemente da forma ou padrão

Sinto uma imensa vontade a me tomar
Um desejo incontrolável de seguir indefinidamente pelas palavras, de entrar noite adentro, madrugada a fora sem rumo e sem notícias
Sem passado e sem agora (mesmo)*

Não me reconheço no lugar onde estou (nem sei que paredes são essas)*
Sinto-me no vácuo da estrada
Sinto-me no nada
A realidade me parece meio abstrata, mas sei que a evito, pelo menos por hora
Sei que necessito, mas, por favor, não agora em que a hora me consome


(texto de Carla Keyse)

Um comentário:

  1. gostei... da sensação de desnorteado e um pouco vazio que veio... é estranho dizer isso, eu sei. Mas isso é parte de ser alguém. só com dúvidas que se chega a certeza. ou ao esforço pra chegar a ela, o que as vezes é a grande parte da jornada. Mas é impossível ter certeza de tudo o tempo todo. só se você não pensar ou viver de antolhos. então, se sentir assim as vezes nada mais é do que ser vivo... e querer aquele "algo a mais" pra nossa vida.

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